MONTADO
O QUE É?
Esta paisagem, que se assemelha a uma savana, existe em Portugal na província alentejana (sudoeste da Península Ibérica).
O montado é um ecossistema peculiar, pois une o equilíbrio delicado entre a conservação da biodiversidade e productividade agrícola e florestal, que demonstra a relação íntima entre o Humano e o espaço natural, através da modelação da paisagem ao longo dos tempos.
CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL
O montado é dominado por Sobreiros (Quercus suber) e
Azinheiras (Quercus rotundifolia).
A vegetação rasteira varia entre arbustos e mato natural a pastagens para gado ou cultura de cereais.
ESTRUTURA DO SÍTIO
Devido à variabilidade encontrada nas paisagens de montado, a Plataforma LTsER Montado é designada como macro-site, pois é constituída por seis núcleos diferentes, cada um com a sua estação de pesquisa e monitorização, de forma a cobrir toda a extensão de tipos de solo e clima da província alentejana.
PORQUÊ O MONTADO?
VALOR NATURAL E DE CONSERVAÇÃO DO LOCAL
O montado de sobro e azinheira está confinado a zonas com baixa pluviosidade, circunscrita a curtos períodos do ano, e nas quais predominam grandes amplitudes térmicas. As especificidades e fragilidade do montado fazem com que este ecossistema necessite de protecção legal (Decreto-Lei n.º 11/97). Em Portugal é proibido o seu corte e é incentivada a exploração.
O montado apresenta uma grande complexidade ecológica. A fauna e flora associada a este sistema agro-silvo-pastoril contêm endemismos e espécies raras.
VALOR SÓCIO-ECONÓMICO
Estas florestas multifuncionais combinam, num espaço único, recursos florestais, actividade pecuária, pasto e/ou outras plantações com outras actividades e usos do solo (e.g. actividade cinegética, i.e. caça).
Recentemente, a consciencialização acerca dos benefícios do montado como provedor de serviços de ecossistema aumentou, serviços estes que englobam a biodiversidade. No entanto as funções aparentemente “não-produtivas” não são tão reconhecidas e valorizadas por crença de entrarem conflito com as funções “produtivas”.
Quando correctamente gerido, o montado é extremamente valioso para o equilíbrio do mundo rural, pelo que é imperativo valorizá-lo. Salientando que, para além da importância ambiental, um dos seus produtos mais importantes é a cortiça, que tem alto valor económico.
O montado (ou dehesa em castelhano) é um ecossistema agro-silvo-pastoral único
que existe exclusivamente na bacia mediterrânea.
AS AMEAÇAS AO SISTEMA
Por depender de um uso e gestão activa, o montado vê o
seu futuro ameaçado por:
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processos de desertificação devido às alterações
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climáticas e consequente aumento de temperatura, eventos extremos (temperatura elevada, seca e chuva intensa em curtos espaços de tempo) e aumento da frequência de incêndios;
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intensificação agrícola;
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degradação ambiental;
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incorrecta e intensa forma de exploração.
A variabilidade destes ecossistemas resulta das diferentes interacções solo-clima, das espécies principais de árvore e padrões de uso do solo.
Estas estações foram escolhidas pois permitem a conceptualização de uma plataforma sócio-económica por representarem diferentes regimes de uso do solo e cenários de desertificação e, consequentemente, envolverem diferentes factores e tensões.
INVESTIGAÇÃO
COMO SE FAZ E QUAL A INVESTIGAÇÃO REALIZADA NESTE LOCAL
Os sistemas do Sul do Mediterrâneo são pouco representados na rede ILTER, e nenhum, dentro destes pré- existentes representava o ecossistema do montado.
Nas diferentes estações são recolhidos:
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dados meteorológicos;
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fluxos de CO2 e H2O;
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respiração do solo e o seu conteúdo de água;
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cobertura vegetal e alterações do uso do solo;
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crescimento e saúde de sobreiros singulares;
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produção de bolota (e outros frutos);
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diversidade de fauna e flora;
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Índice de Integridade Biótica;
-
outros.
A investigação LTER nestes locais foca-se na melhoria da compreensão das consequências a longo prazo das práticas de uso do solo e opções de gestão e como interagem estes impactos com outros fatores ambientais e socioeconómicos.
Estas interacções são estudadas desde escalas locais (e.g. intensificação agrícola, pressão pecuária) a escalas globais (e.g. alterações climáticas, desertificação).
(+351) 217 500 439 (chamada para a rede fixa nacional)
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